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Abram alas que eu quero passar

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Senhoras e Senhores, é com imensa alegria que tomo a liberdade de me apresentar. Sou uma mulher negra, advogada, professora, afrocoaching, apaixonada pelo ser humano e indignada com as desigualdades sociais. Portanto, será deste lugar que, de quando em quando, vamos conversar sobre assuntos importantes que permeiam a nossa vida, influenciam nosso comportamento e ditam nossa forma de agir e ver o mundo.

Como mulher negra e afrocoaching, vamos falar de negritude, valorização, empoderamento da população negra, invisibilização, preconceito, racismo, discriminação racial e social. Não pouparemos esforços para propagar uma educação antirracista que deve ser praticada por todos nós, negros e brancos.

É interessante como muitas vezes nos calamos diante do crime de racismo, injuria racial ou situações congêneres, como se a questão não tivesse nada a ver conosco. Pois lhes afirmo, que o combate ao racismo e a discriminação social é pauta de todos nós, se realmente quisermos um Brasil desenvolvido, igualitário e fraterno. Portanto, não tenham dúvidas de que existe racismo e principalmente que seremos incansáveis na luta para sua eliminação.

Como advogada, nos dedicaremos a fazer a análise, na medida do possível, livre do juridiquês e alicerçada numa dogmática prática e real da repercussão social do direito. Confesso que por área de atuação, as pautas ligadas ao direito criminal, violência contra mulher, criança e adolescentes, bem como o direito familiarista me são inerentes.

Como no caso do menino Henry Borel, onde o criminal se estabelece no âmbito familiar e nos provoca indignação quanto a perversidade humana diante da vida de uma criança. Ou quando o padrasto mata a enteada de 18 anos para se vingar da mãe que tinha terminado o relacionamento. Mas, afinal de contas, qual o valor da vida e o quanto estamos realmente munidos de freios para conter as misérias humanas?

Já como professora, ascende a partilha para construção do saber jurídico que transborda em cada um de nós. Afinal de contas são 20 anos de atuação do ensino superior em cursos de direito que não me deixam esquecer que o Direito para muitos é a escolha para transformação de vida. Então, ajudá-los a realizar e principalmente orientá-los nessa caminhada é uma tarefa que para mim transcendeu os muros da academia e que pratico todos os dias através do coaching de carreira.

Quando estava fazendo meu mestrado, numa discussão acalorada, um colega me disse, "Deborá, você gosta de gente". Realmente ele tinha razão. Eu gosto de gente com todas as suas vicissitudes. Talvez porque eu busque compreender, assimilar, entender mais do que julgar. Por isso sou apaixonada pelo ser humano, esse ser complexo e divino ao mesmo tempo.

É daí que vem meu anseio por uma sociedade livre das desigualdades sociais. Não é possível que vejamos pessoas desprovidas do mínimo existencial, sem o manto da dignidade a pedir e esmolar pelas ruas e não nos cause repulsa para mudar essa realidade de miséria e pobreza que assola o nosso País, visível nas nossas esquinas e sinais de trânsito.

Senhores e senhoras, abram alas. Eis-me aqui de coração aberto e ideal firme para compartilharmos saberes e construirmos juntos discussões dialógicas e integradoras.

Texto: Deborá Evangelista
Advogada

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